Banho demorado e uma boa noite de sono. Ela e muitas outras pessoas já escutaram essas dicas que, segundo os mais sábios, cura de TPM a dor de cabeça, passando por dor de cotovelo (nos dois sentidos) e tristeza profunda. Também já disseram a ela que se agarrar ao travesseiro e chorar até adormecer é outra estratégia eficiente. A menina que tem 3 travesseiros garante que a última tática, assim como as outras, até alivia, mas não resolve nada. O procedimento deve ser feito seguindo um ritual que inclui luz apagada, porta trancada pra sua mãe não entrar dizendo que a comida está pronta ou a sua irmã invadir o espaço pedindo uma blusa emprestada. Janela fechada, mesmo que esteja fazendo calor e não pode faltar cortina pra barrar qualquer claridade mais intrometida.
No dia seguinte, os problemas ainda estão lá de alguma maneira. Uns mais leves outros tão fortes como antes e alguns só na lembrança mesmo, mas sem querer ir embora. Convencida de que as medidas são paliativas a menina cria outras alternativas. Faz isso com certa alquimia misturando o que as pessoas amigas sugerem e o que ela mesma acredita ser o melhor caminho. Sair de casa, alguma atividade física, ir ao cinema, dançar muito, paquerar um desconhecido e outras tantas idéias para mudar de vida e ou melhorar a que já se tem. Quanto ás novas possibilidades criadas, ela não sabe se funcionam. Nem entende se será preciso misturá-las com as antigas em dias alternados. Também não teve coragem para testar tudo isso, mas quem sabe um dia, né?! Certas idéias deixam a face da garota morena pra lá de vermelha. Ela mal começou o processo de abandonar o travesseiro como amparo exclusivo e já está diferente. Não sabe que está diferente, mas está.