segunda-feira, 2 de junho de 2014

Um “m” torto


Quando bem pequena, lá na escola, a menina descobriu que tinha um problema na mão direita. Nada muito grave. Apenas um defeito, percebido durante uma brincadeira  daquelas de roda. É que toda mão tem umas linhas mais grossinhas na palma organizadas em forma de “m”. No caso da menina, veio errado. Os traços se enroscaram aparentemente gerando um esquisito “A”, sem o risco do meio, ou, com muito boa vontade, alguém poderia enxergar um “m” torto, daqueles que se escreve nos primeiros anos rumo à alfabetização. Essa observação, bobagem de criança, parecia trazer implicações que levariam à loucura os maiores especialistas em Quiromancia. 

Logo na mão direita, aquela vista como a principal! O mal formado “m” gerou inocentemente as mais variadas interpretações. Se aquelas linhas seriam o indício do que viria pela frente, só restava esperar por um caminho na vida tão estranho quanto elas. Aos mais otimistas, o significado remetia a um sucesso diferenciado. O “m” não saiu da mão e povoava também a cabeça da menina. Poderia ser a explicação para os amores confusos que viriam, habilidades precoces, oportunidades tardias e tudo mais que foge do convencional. Se bem que problemas com o amor e as expectativas dribladas pelo acaso sempre foram reclamações coletivas. Então, pra quê um bendito “m” com jeito de “A”? Qual a serventia? A menina ainda não foi esperta o bastante para saber. Mas em todo caso ainda perde tempo com bobagens de criança. 

2 comentários:

  1. não sei se entendi bem, mas se for o que estou pensando, minhas duas palmas da mão são bem cagadas nesse quesito, uma forma algo parecido com um "71" e a outra um M faltando a segunda perna!

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  2. Parece que o normal mesmo é não ser normal. hehehe Agora, "71" é mais legal que um "m" que parece "A".

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