sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Janelas abertas


São muitas janelas abertas. E por cada uma delas não passa nem um ventinho para aliviar o calor. Só passam palavras. Ela tinha muito trabalho pra fazer e como sempre ficava durante a noite em frente ao computador. Entre um arquivo e outro, quem puxa papo pelo MSN contribui para espantar o sono e dependendo pode até dar uma idéia mais criativa. O problema é que o que se espera de uma conversa pela internet nunca é uma ajuda no trabalho. O que pega é se a resposta demora mais que o esperado e quando ela finalmente chega é apenas um “hã” ou um “sim”. Ou pior, um não. Se bem que resposta nenhuma serve nesses casos. Se alguém não faz aparecer aquele retângulo laranja na sua tela pode ser simplesmente pra bancar o difícil ou por falta de interesse mesmo. Quem vai saber?

O que se passa do outro lado é tão imprevisível que a coisa mais louca é tentar imaginar. E ela, assim como todo mundo que conversa pela internet, já cansou de fazer isso. “Ele provavelmente ainda não me chamou porque está procurando o melhor assunto para render uma conversa.” Ou então se você faz um comentário e o retorno não é imediato, a cabeça logo pensa: “deve estar no banheiro”, “tocaram a campainha”, “foi buscar um copo de água”. E quando ele diz “Legal”? Essa palavra nunca foi capaz de carregar tantos significados. Pode ser um legal mais ou menos legal, um legal legalzinho acompanhado de um sorriso amarelo que você nunca vai ver. Ou mesmo um legal do tipo: “O que eu falo agora, hein? Vou escrever a palavra legal mesmo”. E depois quanta expectativa por nada. Nada mesmo. A graça passa, o tempo passa, a vontade passa. No fim das contas, seria melhor que daquelas janelas passasse mesmo vento. Alivia o calor e na pior das hipóteses vai jogar umas folhas de papel no chão. E bagunçar um pouco o cabelo.   

6 comentários:

  1. Eu juro que pensei que esse texto falava sobre mim e sobre como eu me apego fácil as minhas janelinhas laranjadas!
    Corro pra casa em plena sexta feira pra esperar que ela suba e o final é quase sempre o mesmo! Pq somos assim?

    ResponderExcluir
  2. Eu acho que todo mundo já se apegou a uma janelinha laranjada uma vez na vida. Aquelas que precisavam de uma forcinha para serem abertas ou as que deveriam ter ficado sempre fechadas.

    ResponderExcluir
  3. Nossa, seu comentário falou tudo, heheh. Ha, discubri o blog pelo twitter, vo le tudo heein. Bjos

    ResponderExcluir
  4. Amei... Enquanto leio, vou visualizando as situações; habilidade rara para tantos que se dizem escritores! Parabéns!

    ResponderExcluir
  5. Obrigada a vocês pelo carinho.
    Beijos!!!

    ResponderExcluir
  6. Hola Andreza!

    Parabéns pela iniciativa. Adorei seu blog!

    Curta bastante suas férias, direito e avesso também, rs.

    Avessamente.
    Vitalina de Assis.

    ResponderExcluir