quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Subindo a ladeira


Quando era mais nova, tipo com uns 12 anos, além de ganhar outra Barbie, patins e uma bicicleta ela sempre quis uma coisa. Uma coisa que quase toda menina tinha e que na certa seria muito útil. Não, não era um sutiã. Na verdade, ela queria uma amiga de verdade. Como aquelas de filmes adolescentes que escutam tudo, guardam os segredos mais íntimos (ou pelo menos te convencem que estão guardando) e ajudam a escolher roupas pra você encontrar aquele garoto que nunca te chamará para sair. Os anos foram passando e o desejo de ganhar uma amiga dessas de presente se mantinha. Outras preocupações com o trabalho para entregar na semana seguinte e os problemas no emprego não roubavam o espaço daquele objetivo que dependia mais da vida do que de esforço e planejamento feitos pela menina.

E ela foi encontrar o que precisava do jeito mais estranho: no meio da rua subindo uma ladeira em uma cidade desconhecida. Um dia de trabalho intenso com refeições feitas em um longo espaço de tempo. Uma colega de trabalho, durante um simples bate papo, fez uma pergunta pessoal, dessas que aquela garota passou a vida inteira se desviando para não responder. Parecia que a menina tinha deixado de ser tímida por um segundo e a resposta veio como se tivesse saído da boca de alguém que não tem medo de se abrir. Espantada com a própria reação ela ainda tentou voltar ao normal, mas a confiança já estava ali. Ela logo pensou: “Ah, quer dizer que você que é a minha amiga?! Que bom que apareceu!”     

Um comentário:

  1. snif... fiquei com lágrimas nos olhos. q bonito isso, foi assim mesmo q aconteceu! Bjão amiga querida!

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